Pathos é dispor-se a um diálogo em que a argumentação e a recepção se dão no âmbito do emocional, do livre fluxo de sentimentos e sensações do indivíduo frente às suas relações pessoais e ao mundo que o cerca. Artista e público são sujeitos da mesma obra, tanto na arte cinética, onde o público se surpreende acionando seu significado e imprimindo seu ritmo próprio, quanto na pintura que propõe um mergulho profundo e íntimo ao pathos do artista que, desnudado frente ao espectador, o convida a um ato de recíproca confissão.
Lançando mão de suportes específicos para seus anseios, Pato propõe a subversão da participação tradicionalmente passiva do público com as obras, valendo-se de manivelas, alavancas, pistões e diversos mecanismos de acionamento, criando a possibilidade de interação. Na pintura, nos leva a vermos em nós mesmos e em nossa organização de mundo, a aparência enganadora de um ethos confiável e digno de fé, revestido por um colorido alegre e festivo, denunciando a farsa e o sofrimento que se escondem na dinâmica dos personagens.
Assim, o chiste, a carga dramática e o movimento circulam tanto pelos temas subjetivos, tão caros ao artista, quanto por aqueles que denunciam um mundo em desordem.
O convite ao Universo Pathos está feito.
Teresa Borges/ Dramaturga